Como a obesidade afeta os seus rins?

Como a obesidade afeta os seus rins?

A obesidade, como bem sabemos, é uma fonte quase inesgotável de efeitos deletérios à nossa saúde.

Mas e quanto aos nossos rins, em particular, o que a obesidade pode provocar?

Hipertensão arterial

O Ministério da Saúde defini a hipertensão arterial (pressão alta) como uma doença que ataca os vasos sanguíneos, coração, cérebro e olhos, podendo também causar paralisação dos rins.

Ocorre quando a medida da pressão se mantém frequentemente acima de 140 por 90 mmHg. Tem forte fator genético, mas também estilo de vida, obesidade e outras patologias. A hipertensão provoca sintomas como dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.

Aterosclerose

É definida como é uma condição de saúde na qual ocorre o acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias.

Esse acúmulo restringe o fluxo sanguíneo (e a distribuição de oxigênio), provocando sintomas como dor no peito (quando atinge uma coronária), dor nas pernas (quando afetam essa região), falta de ar, fraqueza, tontura e até mesmo AVC.

Aumento da perda de proteínas pelos rins

Uma das funções dos rins é eliminar as substâncias que estão em excesso no organismo, dentre elas a proteína. Mas quando os rins não estão funcionando adequadamente, ele pode passar a eliminar mais proteína do que deveria.

Vale observar que a pessoa obesa, normalmente, já sofre com uma defasagem muscular devido à alimentação e ao sedentarismo.

Resistência Insulínica

A obesidade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição. Ela se caracteriza pela perda da função dos hormônios que têm como função transportar a glicose pelo sangue, provocando um acúmulo dessa substância.

Seus principais sintomas são a fraqueza e/ou fadiga, ganho ou perda de peso de forma rápida, dificuldade de concentração, inchaço e flatulência, intestino preso ou diarreia, náuseas, vômitos, pressão alta e facil desenvolvimento da candidíase.

Esse é o início do desenvolvimento da Diabetes Mellitus Tipo 2.

Hiperglicemia

Outra consequência direta da obesidade, sendo uma condição comum do diabetes (consequência da resistência insulínica), a hiperglicemia é caracterizada quando os níveis de açúcar circulante no sangue são maiores do que 125 mg/dL em jejum de pelo menos 8 horas, ou maiores do que 180 mg/dL 2 horas após uma alimentação.

Os sintomas da hiperglicemia podem ser sede excessiva, dor de cabeça, aumento da frequência urinária, cansaço excessivo. Esses sintomas se tornam mais graves à medida que a hiperglicemia se torna maior.

Dislipidemia

A dislipidemia é caracterizada pela alteração nos níveis de colesterol e triglicerídeos. Ela pode acontecer devido à genética ou ser consequência de uma alimentação rica em gordura, obesidade, falta de atividade física, diabetes do tipo 2 e doenças crônicas que atinjam o fígado.

Ela eleva o risco de haver deposição de placas de gordura no interior dos vasos sanguíneos, o que aumenta o risco de desenvolvimento de diversas doenças cardíacas.

Atenção aos sintomas

Todas essas condições citadas acima são problemáticas para os rins e para todo o organismo de forma sistêmica. A Sociedade Brasileira de Nefrologia aponta os seguintes sinais que os rins dão quando não estão bem:

  • Dor constante nas costas
  • Região dos olhos inchada
  • Inchaço nos tornozelos e nos pés
  • Retenção de líquidos
  • Cansaço
  • Fadiga
  • Falta de ar
  • Sonolência
  • Perda de fome
  • Confusão
  • Náusea e vômitos
  • Dor no peito
  • Convulsão

Se você perceber um ou mais sintomas, procure atendimento médico. Outro ponto da saúde que a obesidade causa grande estrago é nas articulações, entenda como isso acontece, aqui.

Dr. Rafael Valério – Cirurgia Bariátrica e Cirurgia Geral Avançada